A exposição a níveis intoleráveis de ruído é um dos fatores que geram perdas auditivas ocupacionais. A gravidade do problema não é recente, segundo estudos divulgados pelo Ministério da Saúde. Quando da realização da Conferência da Terra (Eco 92), realizada no Rio de Janeiro, em 1992, o ruído já era considerado a terceira maior causa de poluição ambiental, atrás da poluição da água e do ar.
“O ruído pode ser visto como o risco de agravo à saúde que atinge maior número de trabalhadores. Estudos apresentados na ECO 92 indicam que 16% da população dos países ligados à Cooperação de Desenvolvimento Econômico (ODCE), algo em torno de 110 milhões de pessoas, está exposta a níveis de ruído que provocam doenças no ser humano”, atesta publicação do Departamento de Ações Programadas Estratégicas, do Ministério da Saúde.
A problemática relacionada ao barulho no contexto laboral será observada no Seminário Nacional sobre Acidente do Trabalho e Saúde Ocupacional, que acontece entre os dias 13 e 15 de agosto, no Hakka Espaço de Eventos, em São Paulo.
A fonoaudióloga e sanitarista Vilma Okamoto vai apresentar, no da 14, às 17h00, a palestra “Perda auditiva – causas e conseqüências”, com a qual pretende alertar para o perigo que representa à saúde a exposição contínua aos ruídos. “A importância da discussão deste tema é fundamentada no fato de que o ruído é um dos agentes físicos nocivos mais presentes nos ambientes laborais. Além disso, a perda auditiva induzida por exposição a ruídos excessivos é irreversível, ou seja, uma vez deflagrada não tem mais possibilidade de tratamento”, adverte.
Integrante da equipe técnica do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador – SP, Vilma Okamoto lembra que a comunicação é fundamental para o homem e que qualquer alteração auditiva poderá prejudicar o trabalhador tanto no seu trabalho quanto fora dele, afetando diretamente sua qualidade de vida: “A perda auditiva induzida pelo ruído pode ser prevenida, ou seja, se forem tomadas as providências necessárias no ambiente de trabalho e garantido o acesso à informação aos trabalhadores, certamente podemos minimizar ou até extinguir este agravo à saúde do trabalhador”.
Ela considera que a iniciativa da Anamatra e dos demais colaboradores em organizar um evento como o Seminário Nacional sobre Acidente do Trabalho e Saúde Ocupacional faz com fortaleça os profissionais da área. “Acreditamos que não estamos sós nesta luta, e que certamente parcerias poderão ser firmadas objetivando reduzir as mazelas às quais são submetidos os trabalhadores”.
Segundo a fonoaudióloga, o conhecimento técnico é fundamental para tomada de qualquer decisão, tanto no campo jurídico quanto na saúde. Ela afirma que a democratização deste conhecimento e a discussão com os atores envolvidos possibilita a ampliação de novos olhares sobre o problema e a otimização das soluções.
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